terça-feira, 10 de maio de 2011

Vanessa defende em Londres benefícios para a Amazônia

10 de Maio de 2011 - 11h08

Vanessa defende em Londres benefícios para a Amazônia

O workshop “Iniciativa dos Legisladores da Globe para as Florestas”, que termina nesta terça (10), em Londres, reacendeu o debate sobre quem serão os países doadores e os receptores do mecanismo Redução das Emissões Geradas pelo Desmatamento e pela Degradação Florestal nos Países em Desenvolvimento (REDD, na sigla em inglês). O evento, que tem o patrocínio da Organização das Nações Unidas (ONU), reúne parlamentares do Brasil, México, Congo e Indonésia.

Vanessa defende em Londres benefícios para a Amazônia

Para a senadora, a Amazônia pode beneficiar-se dos mecanismos REDD de dois modos.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que participou do evento, disse, em sua exposição, que o Brasil precisa ser remunerado pelos inúmeros serviços ambientais prestados ao planeta. “Vamos lutar por isso como forma de promover Justiça nessa área”, observou.

Para ela, a Amazônia pode beneficiar-se dos mecanismos REDD de dois modos. Se, por um lado, há espaços muito degradados na frente oriental, que podem beneficiar-se de iniciativas de reflorestamento, a face ocidental, por outro, pode obter recursos mediante ações de conservação e manejo florestal.

A parlamentar diz que o Brasil tem uma responsabilidade enorme e deve ser um dos atores de maior peso nas discussões sobre florestas nos próximos fóruns da ONU. “Quatro milhões de quilômetros quadrados (63%) do bioma Amazônia estão em território brasileiro”, lembrou.

Essa área equivale a um terço das florestas tropicais úmidas do planeta, concentra cerca de 30% da diversidade biológica mundial e reúne mais de 1.100 afluentes da bacia do Rio Amazonas, o que equivale a cerca de 20% da água doce não congelada do planeta e 80% da disponibilidade hídrica brasileira.

A Amazônia brasileira possui ainda uma identidade social e cultural singular, dada a presença de povos indígenas e ribeirinhos com modos de vida seculares, adaptados às condições da floresta.

História do REDD

O REED é um mecanismo proposto de mitigação da mudança climática. A redução das emissões de gases de efeito estufa seria feita por meio do pagamento aos países em desenvolvimento para pararem de cortar suas florestas. O desflorestamento tropical é a fonte de 12% a 17% das emissões dos gases de efeito estufa resultante da atividade humana.

Um mecanismo REDD é visto como uma abordagem de custo-benefício para simultaneamente conservar as florestas, reduzir a mudança climática, proteger a biodiversidade, impulsionar o desenvolvimento sustentável, e manter importantes serviços ecológicos providos pelos ecossistemas florestais saudáveis.

O conceito do REDD tem ganho apoio de um grande grupo de interesses diversos, incluindo conservacionistas, grandes empresários, cientistas, governos, agencias de desenvolvimento, e alguns grupos de ambientalistas e de defesa dos direitos dos indígenas. No entanto, as preocupações permanecem sobre como o REDD será implementado e se seus benefícios serão compartilhados de forma justa entre as partes interessadas.

O conceito de REDD não é uma ideia nova. A compensação pela conservação de florestas tropicais foi proposta por cientistas ambientais nos anos 1980 e 1990, mas não foi antes da metade da década de 1990 que a ideia ganhou espaço a nível internacional quando foi discutida em vários eventos da Convenção Estrutural das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), incluindo o COP3 em Kyoto em 1997.

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