quarta-feira, 9 de março de 2011

Nassif: Folha esconde responsabilidade de Serra por enchentes

Nassif: Folha esconde responsabilidade de Serra por enchentes

Os pontos de alagamento da marginal Tietê praticamente triplicaram de 2008 para 2011, considerando o primeiro bimestre de cada ano. Nesse período, foram 36 pontos em 2008 e 101 neste ano --27 intransitáveis, informa a reportagem de Cristina Moreno de Castro publicada na edição desta terça-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Por Luis Nassif, em seu blog

A Folha levantou os pontos registrados pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura) em toda a extensão da marginal Tietê. Em 2009, foram 19 pontos e, em 2010, 57.

O monitoramento é feito da mesma forma que há quatro anos --não houve alteração na tecnologia do CGE nem na atuação da CET.

Luciana Travassos, doutora em ciência ambiental pela USP, diz que há várias hipóteses para a alta: bocas de lobo e galerias sem manutenção, falhas de drenagem da nova marginal, aumento da chuva ou das áreas de impermeabilização --tanto local, com a nova pista, pronta em março de 2010, quanto em toda a sub-bacia do rio Tietê.

Não há cálculos, por exemplo, sobre o quanto de área impermeabilizada surgiu no período e o quanto ela --e a área verde de 18,4 hectares suprimida-- contribuem para os alagamentos.

Para Arisvaldo Mello e Sergio Rocha Santos, professores de hidrologia da Poli-USP, há correlação direta entre a alta na área ocupada e o número de alagamentos, mas a área das marginais é muito pequena em relação à bacia.

A estatal Dersa, responsável pela obra, diz que o impacto da obra na vazão do rio Tietê e o percentual da área ocupada pela marginal na sub-bacia são de 0,007%.

"A área suprimida foi mais que compensada pela instalação de calçadas ecológicas e pela abertura de outras áreas permeáveis dentro do município a partir da remoção de famílias para a instalação do parque linear Tiquatira e do parque Chácara Bela Vista/Centro Paula Souza."
A Dersa não explicou a alta dos alagamentos, nem forneceu o projeto de drenagem, solicitado pela Folha. A prefeitura disse que cabe só à Dersa se manifestar.

Comentário

Nesses quatro anos o fator novo foi a redução do dessassoreamento do rio Tietê pela gestão Serra - recursos desviados para o marketing de governo, segundo seu próprio sucessor Geraldo Alckmin. Qual a razão para a repórter ter ignorado o fator principal?
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=6&id_noticia=149107




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